09.11.2017 -
Após legalização do suicídio assistido para adultos no Canadá no ano passado, abriu-se nova discussão sobre o tema após a Sociedade Canadense de Pediatria (SCP) divulgar uma nova pesquisa.
A instituição afirma que os pais pedem “cada vez mais” que os filhos com doenças graves tenham a opção de se matarem com supervisão médica. Essa possibilidade de eutanásia infantil é apoiada pela maioria dos médicos quando se trata de casos com “doença terminal ou sofrimento intolerável”.
A pesquisa da SCP entrevistou 2600 pediatras, questionando sobre os pedidos de morte assistida, feitos pelos pais ou pelas próprias crianças. Trinta e cinco médicos disseram ter “conversas” sobre o assunto com um total de 60 crianças menores de 18 anos em 2016. Nove médicos disseram que receberam “pedidos explícitos” de 17 crianças diferentes por suicídio assistido.
Outros 118 médicos tiveram “discussões exploratórias” sobre o suicídio assistido com os pais, envolvendo mais de 400 crianças. Quarenta e cinco médicos afirmaram que os pais de 91 crianças lhes pediram explicitamente pela eutanásia delas, sendo que metade eram bebês com menos de um ano.
A principal autora da pesquisa, a doutora Dawn Davies, membro do comitê de bioética da SCP, disse ter ficado surpresa com os casos. “Não pensei que haveria tanto apoio a esses casos”, afirmou, embora esclareça que os médicos estão “divididos” sobre o assunto. Fonte: Gospel Prime
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Nota de www.rainhamaria.com.br
O Papa João Paulo II, na encíclica Evangelium vitae: “A decisão deliberada de privar um ser humano inocente da sua vida é sempre má do ponto de vista moral, e nunca pode ser lícita nem como fim, nem como meio para um fim bom. (EV, 57).
Isso não impede que algumas formas de eutanásia sejam mais ou menos graves que outras. João Paulo II distingue também vários graus de gravidade (EV, 66).
"A primeira forma de eutanásia é a que resulta de uma falsa piedade. Neste caso, suprime-se a vida do doente com o objetivo de poupá-lo de mais sofrimento. No entanto, para a Igreja, a verdadeira compaixão, de fato, torna solidário com a dor alheia, não suprime aquele de quem não se pode suportar o sofrimento”.
"A decisão da eutanásia torna-se mais grave quando se configura como um homicídio, que os outros praticam sobre uma pessoa que não a pediu de modo algum nem deu nunca qualquer consentimento para ela.”
"Atinge-se o cúmulo do arbítrio e da injustiça quando alguns, médicos ou legisladores, se arrogam o poder de decidir quem deve viver e quem deve morrer”.
A liberdade de escolha do paciente não justifica a eutanásia. Segundo alguns promotores da eutanásia, esta poderia se justificar pelo “princípio de autonomia” do sujeito, que teria direito de dispor, de maneira absoluta, da sua própria vida. Para rejeitar esse direito, a Igreja se baseia no valor inalienável e sagrado de toda vida humana.
Segundo este princípio, assim como haveria um “direito ao suicídio”, existiria também um “direito ao suicídio assistido”. A Igreja não reconhece nenhum destes supostos direitos.
Seu ensinamento recordou isso muitas vezes: “A morte voluntária ou suicídio, portanto, é tão inaceitável como o homicídio: porque tal ato da parte do homem constitui uma recusa da soberania de Deus e do seu desígnio de amor".
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