Sinal dos Tempos: Com explosão de mortes, Estados do Nordeste se revezam entre líderes de assassinato do país


04.11.2017 -

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A violência no país no século 21 apresenta um fenômeno marcante: a explosão de assassinatos na região Nordeste. Em 2016, segundo os dados do anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado na última segunda-feira (30), foram 24.825 assassinatos, o que coloca seis Estados da região no ranking dos dez campeões em taxa de CVLI – sigla que designa Crimes Violentos Letais Intencionais, que agrega as ocorrências de assassinatos, incluindo homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.

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Um dos traços da violência que marca a região é o revezamento de Estados entre os líderes de assassinatos no país. Nos últimos 10 anos, sete dos nove Estados nordestinos apareceram pelo menos uma vez entre os quatro mais violentos do país: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe. Curiosamente, os Estados que não ingressaram são justamente os mais próximos ao Norte: Piauí e Maranhão. 

Ao longo desse período, o número de homicídios no Nordeste cresceu 58%, saltando de 15.706 assassinatos, em 2007, para 24.825 em 2016.

Alagoas foi o líder nacional de assassinatos por oito anos, entre 2007 e 2014. Nesse período, Alagoas atingiu, em 2011, a maior taxa de assassinatos já registrada por um Estado no país: 73,6 assassinatos por cada 100 mil habitantes– no país, a taxa foi de 24,3 por 100 mil naquele ano.

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A análise dos dados aponta para uma migração de crimes entre os Estados que fazem divisa. Alagoas, por exemplo, "recebeu" a ponta do ranking de seu vizinho Pernambuco – que deixou a liderança nacional em 2006. Outro vizinho pernambucano, a Paraíba chegou a aparecer na segunda colocação de taxa de homicídios do país em 2011.

Curiosamente, Alagoas deixou de ser líder nacional de mortes em 2015 e passou a liderança para o seu vizinho ao sul, Sergipe -- que também foi campeão na taxa de mortes em 2016.

"Claro que quando a gente aperta aqui existe uma tendência desses traficantes, homicidas, principalmente os faccionados, correrem para outra região que não está tendo a mesma observância da segurança. Isso ocorre muito da capital para o interior, da cidade para a zona rural, e também de um Estado para o outro", explica o secretário-executivo de políticas da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas, Manoel Acácio Júnior.

Ele afirma que é comum grupos atuem em mais de um Estado, e que operações em conjunto são uma forma de atuar nesse sentido. No dia 19 de setembro, por exemplo, uma grande operação da Polícia Civil de Alagoas e Sergipe desarticulou um centro de distribuição de entorpecentes em Aracaju. 

"Nas últimas operações a gente conseguiu uma grande quantidade drogas fora do Estado. Entendemos que o grosso da droga está ficando em outros Estados, e o varejo está vindo pra cá", explica.

Faltam políticas abrangentes, diz pesquisador

Para o pesquisador Ivenio Hermes, coordenador do Observatório da Violência Letal Intencional, ligado à Universidade Federal Rural do Semi Árido, há falta de políticas públicas que sejam abrangentes a mais de um Estado.

"As poucas políticas que foram deflagradas em alguns Estados não enxergam além de seus limites espaciais, e os problemas de segurança pública e de criminalidade e violência não respeitam nada. Portanto, divisas estaduais não são observadas", diz.

Para ele, o fato de serem Estados com poucos recursos também ajuda na migração do crime. "Há verdadeiramente um sistema migratório na intensidade da prática do crime de acordo com as políticas deflagradas nos Estados", afirma.

Violência sem controle?

Mas por que o Nordeste não consegue frear o aumento mortes, mesmo com registros acima da média nacional por tantos anos? 

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Segundo Cesar Barreira, integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e professor da UFC (Universidade Federal do Ceará), a escalada da violência no Nordeste decorre de vários fatores, como a influência de Estados do Sudeste.

"Pra mim, essa nossa violência de certa migração de determinados crimes e bandidos e de práticas criminosas do Sudeste. Por exemplo: crimes como assalto a bancos, na hora que houve redução em SP e Rio, essa violência veio toda para a o Nordeste", afirma.  Segundo dados dos anuários, o número de ocorrências de assaltos a instituições financeiras caiu nos dois Estados citados, enquanto subiu no restante do país a partir de 2009. Naquele ano, São Paulo registrava 253 e o Rio, 97 casos. Em 2016 esses números caíram para 137 e 73, respectivamente. Já o número total de roubos no país cresceu de 1.013 para 1.478.

Para ele, o fenômeno mais recente e que explica a alta da violência é a força das facções criminosas. "Hoje elas estão se consolidando, com o PCC [Primeiro Comando da Capital] e Comando Vermelho se juntando com algumas facções regionais", diz.

O presidente do Conselho de Segurança Pública do Nordeste --o  secretário se Segurança Pública da Bahia, Mauricio Teles -- converge com o pesquisador Cesar Barreira e diz que as facções representam um problema novo e de difícil combate na região. 

"O maior desafio que percebemos é a influência de Comando Vermelho e PCC do Nordeste. Aqui existe a fragmentação no tráfico de drogas. Eu tenho o PCC, por exemplo, como maior fornecedor de droga aqui da Bahia", afirma.  Fonte: UOL notícias

Enviado ao www.rainhamaria.com.br pelo amigo Vitor Hugo.

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Nota de www.rainhamaria.com.br

Diz na Sagrada Escritura:

"Ouvi a palavra do Senhor, filhos de Israel! Porque o Senhor está em litígio com os habitantes da terra. Não há sinceridade nem bondade, nem conhecimento de Deus na terra. Juram falso, assassinam, roubam, cometem adultério, usam de violência e acumulam homicídio sobre homicídio. Por isso, a terra está de luto e todos os seus habitantes perecem; os animais selvagens, as aves do céu, e até mesmo os peixes do mar desaparecem". (Oséias 4, 1-3)

"Porque só vejo violência e discórdia na cidade. Dia e noite percorrem suas muralhas, no seu interior só há injustiça e opressão". (Salmos 54, 11)

"Debaixo do sol, observei ainda o seguinte: a injustiça ocupa o lugar do direito, e a iniqüidade ocupa o lugar da justiça". (Eclesiastes 3, 16)

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"Pus-me então a considerar todas as opressões que se exercem debaixo do sol. Eis aqui as lágrimas dos oprimidos e não há ninguém para consolá-los". (Eclesiastes 4, 1)

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"Ainda que floresçam os ímpios como a relva, e floresçam os que praticam a maldade, eles estão à perda eterna destinados". (Salmos 91, 8)

"Na estrada dos ímpios não te embrenhes, não sigas pelo caminho dos maus. Evita-o, não passes por ele, desvia-te e toma outro, Porque eles não dormiriam sem antes haverem praticado o mal, não conciliariam o sono se não tivessem feito cair alguém, tanto mais que a maldade é o pão que comem e a violência, o vinho que bebem". (Priverbios 4, 14-17)

"Porque então a tribulação será tão grande como nunca foi vista, desde o começo do mundo até o presente, nem jamais será". (São Mateus 24, 21)

 

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