04.11.2016 - Hora desta Atualização - 20h05
Nos últimos meses, o diretor e ator Mel Gibson vem dando indicações de que está trabalhando em uma sequência para A Paixão de Cristo, de 2004. Alguns sites especializados já revelaram que o nome do longa descreve seu tema: A Ressurreição.
Esta semana, Gibson foi entrevistado no programa noturno The Late Show, apresentado por Stephen Colbert. Mesmo confirmando que realmente planeja um filme sobre o assunto, acredita que irá demorar “uns 3 anos” até que seja lançado.
Como ambos são católicos praticantes, acabaram falando sobre questões de fé. Questionado por Cobert sobre como ele poderia fazer um filme inteiro sobre o assunto, que tem uma descrição muito breve na Bíblia. Enquanto ambos concordavam que o tema é muito importante, Mal Gibson afirmou. “É mais do que um único evento, é um evento incrível”.
Em seguida, o apresentador perguntou se haveria um vilão no filme. A resposta do diretor foi enigmaticamente: “Sim, mas eles são de outra dimensão”. Deu assim uma pista de que se tratava de uma abordagem sobre o mundo espiritual.
Entrevistador e entrevistado passaram a analisar como é difícil fazer um filme sobre uma história que teoricamente “todo mundo já sabe o final”. Gibson disse que seria preciso muita imaginação. Mas, em seguida provocou: “muita coisa aconteceu em três dias”.
Colbert disse ter entendido e citou então o Credo dos Apóstolos: “Ele desceu ao inferno”. O diretor confirmou que isso é o que ele tinha em mente. Explicou também que ainda não redigiu o texto, mas que “vale a pena pensar sobre o assunto”.
Surpreso, Colbert arrematou: “Sim, claro. Eu nunca pensei nisso. Realmente há muita coisa acontecendo além do que a Bíblia fala sobre Jesus descendo aos mortos.”
Gibson passou a falar sobre diferentes aspectos do mundo espiritual, dizendo acreditar que “há muita coisa acontecendo à nossa volta nesse exato momento”. Provocou Colbert se ele teria ao seu lado um anjo e um demônio dando “dicas” e se sim, a quem ele estaria ouvindo
O Credo Apostólico possui mais de uma versão, mas a mais conhecida é a repetida em missas católicas. Embora sua origem seja atribuída aos apóstolos – como sugere o nome – estudiosos acreditam que só alcançou sua forma definitiva por volta do sexto século. São dessa época os primeiros registros do seu emprego na liturgia oficial da igreja.
O texto que fala sobre Jesus diz: “foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno [ou: à mansão dos mortos], ressuscitou no terceiro dia, subiu ao céu, e está sentado à direita de Deus Pai, todo-poderoso, de onde virá para julgar os vivos e os mortos”.
O trecho “polêmico” é a menção Hades, termo grego que se refere ao mundo para onde iriam as almas após a morte. Ao que se sabe, esse trecho só foi incluído no texto por volta do século 9 d.C. Existem algumas referências bíblicas que sugerem o que teria acontecido no intervalo entra a crucificação e a ressurreição.
O apóstolo Pedro narra o fato no primeiro sermão da era cristã: “Nesta previsão, [Davi] disse da ressurreição de Cristo, que a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a corrupção” (Atos 2:31, citando Salmo 16:10). Anos mais tarde, voltaria a falar sobre isso em sua primeira carta, “foi e pregou aos espíritos em prisão”, 1 Pedro 3.19.
O apóstolo Paulo fala sobre isso em Efésios 4.8-10: “Ele [Jesus] subiu– que é, senão que também, antes, tinha descido às partes mais baixas da terra? Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas”. Fonte: Gospel Prime