19.10.2014 -
Quantos equívocos sobre o acolhimento aos gays.
Por Roberto Marchesini – La Nuova Bussola Quotidiana | Tradução: Gercione Lima – Fratres in Unum.com:
A pedido de um amigo, fui obrigado a ocupar-me do Sínodo Extraordinário atualmente em curso e a ler o artigo de Marco Tosatti sobre “o acolhimento aos filhos gays.” Descubro então que neste Sínodo sobre a Família foi convidado um casal australiano que falou sobre a importância da sexualidade no casamento. Não se sabe bem por qual motivo, mas o fato é que esse casal achou oportuno acrescentar outra carne ao fogo falando de acolhimento aos “filhos gays.” Estas são suas palavras entre aspas relatados por Tosatti: “Nossos amigos estavam planejando a sua reunião de família para o Natal, quando seu filho gay disse que queria levar para casa o companheiro. Eles acreditavam piamente nos ensinamentos da Igreja e sabiam que os seus netos teriam gostado de vê-los acolhendo o seu filho e seu parceiro na família. Sua resposta pode ser resumida em três palavras: É o nosso filho “.
Obviamente (eu sabia, e queria evitá-lo), eu fui assaltado pelas perguntas: por que, em um Sínodo em que a presença de leigos não é admitida, esse casal foi convidado? Por quem? Por que eles? Por que eles introduziram o tema da homossexualidade? Quem os convidou sabia da sua intervenção? Sua afirmação conclusiva nos recorda um documento intitulado “Sempre nossos filhos”, publicado em 1997 pela Comissão sobre Casamento e Família da Conferência Episcopal dos Estados Unidos. Nove dias após a aprovação do documento, o então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal Ratzinger, enviou aos bispos uma carta duríssima na qual ele pedia que fossem feitas pelo menos dez modificações e alguns acréscimos ao documento. A referência a esse documento seria intencional ou acidental?
Também no Vatican Insider, desta vez assinado por Andrea Tornielli, eu li que de acordo com um não identificado padre participante do Sínodo, “expressões tais como” intrinsecamente desordenados “(usado sobre a homossexualidade, ed) ou ” mentalidade contraceptiva” não ajudam a levar as pessoas a Cristo”.
Parece quase certo que os Padres sinodais decidiram aceitar as exigências da conferência internacional teológica “Streets of Love” (os caminhos do amor), promovido pelo Fórum Europeu dos cristãos LGBT e realizada com a contribuição do Ministério da Educação da Holanda(?)
O que dizer?
Em primeiro lugar, podemos dizer que a Igreja prega de modo explícito o acolhimento das pessoas com tendências homossexuais desde 1975 (cfr. Pessoa Humana § 8;. Catecismo da Igreja Católica § 238), e o fato de que no Sínodo o convite ao acolhimento a essas pessoas soe como uma novidade é desconcertante.
Em segundo lugar, deve-se dizer que o acolhimento das pessoas com tendências homossexuais não implica de forma alguma na aceitação dessas mesmas tendências. Este é o motivo pelo qual o Magistério não fala de “homossexual” ou “gay”, mas de “pessoas com tendências homossexuais”, fazendo uma clara distinção entre pessoa e tendências. É uma distinção importante, explicada pelos documentos, nos quais lemos (Homosexualitatis problema, § 16): “A Igreja oferece aquele contexto no qual hoje se sente uma extrema urgência em cuidar da pessoa humana, exatamente quando ela se recusa a considerar a pessoa puramente como um “heterossexual” ou “homossexual” e enfatiza que todos têm a mesma identidade fundamental: ser criatura e, pela graça”, um filho de Deus, herdeiro da vida eterna.
Ainda mais decisivo, monsenhor Livio Melina, presidente do Pontifício Instituto João Paulo II para Estudos sobre Matrimônio e Família, escreve: “[...] As pessoas com inclinações homossexuais são homens e mulheres e, portanto, [...] seria oportuno superar o termo “homossexual” e substituí-lo por “pessoa com inclinações homossexuais”, pois enquanto uma inclinação não assume significados relevantes, não pode definir exaustivamente o sujeito”. É a velha distinção aristotélica entre “substância” e “acidente”. Mas tudo isso, nesse Sínodo parece não ter o direito de cidadania, e assim se fala tranquilamente em “filho gay” (nem mesmo “homossexual”, apenas “gay” como se todas as pessoas com tendências homossexuais fossem ativistas ou homossexuais ativos), como se a homossexualidade fosse substância (e não, como ensina o Magistério, acidente).
Enfim, que comentários poderíamos fazer sobre o que disse o anônimo padre sinodal segundo o qual, definir a homossexualidade como uma inclinação “objetivamente desordenada” não ajudaria a trazer as pessoas para Cristo? Começamos por dizer que (ainda) é o Magistério que define a homossexualidade como “objetivamente desordenada”, porque “é [...] uma tendência, mais ou menos forte direcionada a um comportamento intrinsecamente mal do ponto de vista moral ” (Homosexualitatis problema § 3;. ver Catecismo da Igreja Católica § 2358). Os atos homossexuais, de fato, são considerados (sempre de acordo com o Catecismo) ofensas graves contra a castidade, simplesmente porque são atos sexuais praticados fora do casamento, “excluem do ato sexual o dom da vida, não são o resultado de uma verdadeira complementariedade afetiva e sexual “(ibid). Não vejo outros modos para não definir dessa maneira os atos homossexuais, senão se: 1) elevar o “casamento gay” a sacramento (e, pelo menos sobre isso, não me parece que o Sínodo queira conceder tal abertura) ou 2) modificar a doutrina que considera lícitos somente os atos sexuais castos (ou seja, abertos à vida e que sejam o dom total de si ao outro).
Na verdade, se a proposta do Cardeal Kasper tivesse que ser aceita (permitir que divorciados que têm relacionamento sexual com um parceiro que não é o cônjuge se aproximem da Eucaristia, sem arrependimento, confissão e absolvição), esta seria, obviamente uma doutrina sem raízes. E então, por que continuar a considerar como pecaminosos os atos sexuais por exemplo, entre dois namorados? Desta forma, já não poderiam ser considerados como pecaminosos os atos homossexuais, e portanto a homossexualidade já não seria uma inclinação “objetivamente desordenada”.
O discurso poderia continuar questionando por que, a este ponto, se quer abolir apenas o o sexto mandamento da Lei de Deus? Por que não abolir também o quinto, o sétimo ou o oitavo? Por que não resolvem abolir de vez o primeiro mandamento que, falando com toda franquza, também não ajuda em nada a trazer as pessoas para Cristo?
Vou parar por aqui para não ser acusado de querer me auto intitular teólogo.
Resta apenas a impressão desoladora de que pelo menos parte dos padres sinodais, abandonando o uso do latim para o atual italiano como língua oficial, parecem abandonar também o Magistério para abraçar a mentalidade deste mundo como pensamento oficial.
Fonte: http://fratresinunum.com e www.rainhamaria.com.br
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Nota de www.rainhamaria.com.br
A PALAVRA DE DEUS É ETERNA E JUSTO É O SEU SANTO JULGAMENTO.
DIZ NA SAGRADA ESCRITURA:
"Por minha vida - oráculo do Senhor Javé -, não me comprazo com a morte do pecador, mas antes com a sua conversão, de modo que tenha a vida. Convertei-vos! Afastai-vos do mau caminho que seguis; por que haveis de perecer, ó casa de Israel". (Ezequiel 33, 11)
"Porque o desejo da carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à lei de Deus, e nem o pode. Os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus.
Vós, porém, não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito, se realmente o espírito de Deus habita em vós. Se alguém não possui o Espírito de Cristo, este não é dele". (Romanos, 8,7-9)
"Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno".(São Mateus 5, 37)
"É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo". (Gálatas 1,10)
"Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os devassos", (I Coríntios 6, 9)
O livro do Gênesis (19,1-29) descreve a destruição de Sodoma e Gomorra. A prática ali vigente, contra a moral, era muito difundida e tomou o nome da cidade: sodomia. Era abominável aos israelitas e punida com a morte (Levítico 18,22; 20,13). O texto sagrado não admite dúvidas: “O homem que se deita com outro homem como se fosse uma mulher ambos cometeram uma abominação,r”. Esse mal era difundido entre outros povos (Levítico 20,23 e Juízes 19,22 ss).
No Novo Testamento, São Paulo escreveu na Epístola aos Romanos (1,24-27):
"Por isso, Deus os entregou aos desejos dos seus corações, à imundície, de modo que desonraram entre si os próprios corpos. Por isso, Deus os entregou a paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza..."
"...igualmente os homens, deixando a relação natural com a mulher, arderam em desejo uns com os outros, praticando torpezas homens com homens e recebendo em si mesmos a paga de sua aberração”.
"Apesar de conhecerem o justo decreto de Deus que considera dignos de morte aqueles que fazem tais coisas, não somente as praticam, como também aplaudem os que as cometem". (Romanos 1, 32)
"Curvai-vos, curvai-vos, gente sem pudor, antes que nasça a sentença e o dia passe como a palha; antes que caia sobre vós o ardor da ira do Senhor; antes que caia sobre vós o dia da indignação do Senhor"! (Sf 2, 1-2)
"Ou não sabeis que o vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis"? (1Cor 6,19)
"Os quais vos diziam: No fim dos tempos virão impostores, que viverão segundo as suas ímpias paixões". (São Judas 1,18)
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