16.09.2013 -
Na quadra da Unidos de Padre Miguel, na Vila Vintém, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira já faz reverências ao único realmente capaz de julgá-los por erros e acertos. De olhos fechados, Jéssica Ferreira e Vinicius Antunes buscam ganhar pontos com Deus.
Mas sob as bençãos de José Bonifácio dos Santos Junior, de 35 anos, que reza o terço a cada ensaio do casal. O coreógrafo deles, antes frei, trocou o hábito religioso pelo terno de sambista e botou fé no carnaval. E no projeto “Arte e graça”, que une “a postura comportamental do casal à elegância do bailado no samba”.
- É a arte da evolução e a graça da beleza. Deus é o autor de toda obra. E é Ele quem dá essa vocação aos dois. A Deus seja dada toda honra e glória. Tudo o que Vinicius e Jéssica fazem é para glorificá-lo pela dança - explica Bonifácio, segurando firme o terço de prata da época de frei.
E assim, louvando ao Senhor, é que ele inicia o ensaio. “Senhor Deus de bondade, queremos lhe agradecer por esse momento”, reza, faz alguns pedidos, puxa o Pai Nosso.
- Já rezava o Pai Nosso e me benzia antes de dançar. Mas com o Bonifácio é sempre especial, até pelas palavras dele, assim como foi nossa oração antes e após a apresentação para o papa - diz Jéssica, em referência à noite em que ela e Vinicius dançaram para Francisco na Jornada Mundial da Juventude.
Sonhos ainda como frei
O mestre de cerimônias dos guardiões de pavilhão pendurou o hábito de frei no cabide aos 27 anos, depois de dois no seminário (onde a Arquidiocese forma padres seculares, sempre à disposição das igrejas que precisam de sacerdotes). Ele ainda passou seis anos na ordem religiosa, onde fez os votos simples e se tornou um frei.
Deixou a vida religiosa com uma dor no peito provocada pelo câncer de mama (sim, homens podem ter), curado após cinco meses de tratamento. Para acompanhar a doença, ele teve de pedir para sair do confinamento coletivo com outros freis. Mas o passado, vez ou outra, bate à sua porta.
- Quando saí, foi doloroso porque os fantasmas circundam até hoje. Não voltaria. Mas, pelo menos, de três a quatro vezes ao ano sonho que ainda sou religioso, que estou vestido de frei - revela Bonifácio, que, se um dia voltar, pensa viver na paz da clausura.
O também professor de etiqueta entrou para a ordem logo numa quinta-feira de carnaval. Na bagagem, levou o sonho de conhecer a Beija-Flor de Nilópolis, a escola que vibrava ao ver desfilar pela TV de casa, na área rural de Campos. Na época, varava noites dando notas para as agremiações, sempre escondido dos pais.
- Passei a infância fazendo isso. É que criou-se um trauma na minha família quando meu pai se envolveu em briga de trânsito. Era carnaval. E os dois atiraram. O tiro do meu pai pegou e o cara morreu.
Mas quem subiu aos céus foi Bonifácio que, ainda na ordem, recebeu autorização do superior para visitar a quadra da Beija-Flor.
- Os freis antigos quase morreram - lembra-se.
Ensaios também com a proteção dos orixás
Vestido com o manto do samba, Bonifácio atendeu o convite de uma amiga, que conheceu na quadra da Azul e Branco de Nilópolis, e estreou na escola como diretor de ala, em 2004. Mas já entrou na Avenida, em 2006, apresentando o projeto “Arte e graça” à frente de Gleice Simpatia e Daniel Elegância, da Acadêmicos da Rocinha.
Este ano quem aprendeu suas técnicas de dança, como as de balé, foi Squel e Feliciano, na Mocidade Independente de Padre Miguel. Cristiane Caldas e Fabricio Pires, então na Porto da Pedra, foram seus alunos em 2012. E Marcela Alves e Rafael, que estavam na Mangueira, em 2011.
- Nos ensaios da Unidos de Padre Miguel, também pedimos proteção aos orixás. Jéssica é católica. Mas toda a família de Vinicius é espírita. Não posso sufocá-lo com a minha religião, impondo-a - reflete.
O mestre-sala da escola, Vinicius Henrique, de 20 anos, agradece.
- Isso realmente me impressiona. Ele é um cara de muito respeito a todos. E está sempre com o terço na mão - observa.
Enviado por Vitor Hugo - Rio de Janeiro - fonte Globo noticias.
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Nota de www.rainhamaria.com.br - por Dilson Kutscher
Realmente não se tem muito o que comentar sobre o artigo acima. Cada um faz a escolha que achar humanamente mais correta para seu coração. Só não posso concordar é que se misture o Sagrado com o profano e ainda digam que DEUS abençoa essas modas mundanas.
No cristianismo self-service, deixamos de adorar ao Verdadeiro Deus e ao Seu Filho Jesus Cristo, e criamos um deus moldado aos nossos caprichos, aos nossos gostos e as nossas escolhas mundanas O cristianismo self-service se disfarça de moderno, de pop, mas, na verdade, é uma máscara nova para um pecado bem antigo. O seu nome é idolatria, já dizia um evangelizador católico.
Diz na Sagrada Escritura:
"Não ameis o mundo nem as coisas do mundo. Se alguém, ama o mundo , não está nele o amor do Pai. Porque tudo o que há no mundo – a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida – não procede do Pai, mas do mundo. O mundo passa com as suas concupiscências, mas quem cumpre a vontade de DEUS permanece eternamente." (1 Jo. 2, 15-17)
"É, porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou, antes, o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar aos homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Cristo.” (Gl. 1,10)
"JESUS disse-lhes: "Isaías com muita razão profetizou de vós, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. Em vão, pois Me cultuam, porque ensinam doutrinas e preceitos humanos (Is. 29,13). Deixando o mandamento de DEUS, vos apegais à tradição dos homens." (Mc. 7, 6-9)
"Dizia ainda ao povo: "Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: Aí vem chuva. E assim sucede. Quando vedes soprar o vento do sul, dizeis: Haverá calor. E assim acontece. Hipócritas! Sabeis distinguir os aspectos do céu e da terra; como, pois, não sabeis reconhecer o tempo presente?"(Lc.12, 54-57)
"E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; retirai-vos de mim, operários maus" (MT 7:23)
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