05.04.2013 -
Os cinco pastores mais endinheirados do Brasil, entre eles os que têm passaporte diplomático por representarem “interessas do país”. Os nomes não surpreendem. Mais uma vez, o espanto é diante dos valores.
Encabeçada por Edir Macedo, da Universal do Reino de Deus, com patrimônio líquido de R$ 1,9 bi, a lista inclui: Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus – dissidente da Universal, como o nome já diz; Silas Malafaia, da Assembléia de Deus; Romildo Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus; e Estevam Hernandes e sua mulher, da Renascer em Cristo, os mais pobrezinhos (“só” R$ 130 milhões).
Fica a pergunta: a arrecadação e o dízimo de algumas das igrejas vão para elas e suas almas, ou para as contas bancárias dos pastores?
Mais do que o complexo emaranhado sociológico e os impulsos psicológicos que levam as pessoas a dar seu suado dinheirinho para coisas – e gente – assim, o que interessa aqui é o reflexo no futuro.
Há igrejas, mas, com dinheiro, TVs, rádios, sites, templos e lábia, as religiões, agora pulverizadas, exercem uma influência social, econômica e política crescente. O céu é o limite. Ou o poder?
Quanto mais o Congresso e os políticos se distanciam da opinião pública, mais elas, as igrejas, e eles, os pastores, aumentam seus rebanhos. E essas ovelhas votam... (1).
PROLIFERAÇÃO DAS SEITAS
Dom Nicodème Anani Barrigah-Bénissan
Bispo de Atakpamé (Togo)
A nossa Igreja local é jovem e está em pleno crescimento. Ela representa cerca de 25% da população do Togo. Contudo, está a enfrentar numerosos desafios, dos quais quatro, particularmente preocupantes, se referem aos n. 18, 29, 34, 57, 65, 66 do Instrumentum laboris.
A difusão do islão. A rápida expansão do islão e, sobretudo e difusão do fundamentalismo na África ocidental preocupam muito a Igreja. Ao contrário, a preparação dos catecúmenos nas nossas dioceses dura dos três aos quatro anos, mas os batizados abandonam facilmente a fé católica.
A proliferação das seitas. A pobreza das nossas populações, a desorientação dos jovens, a desilusão política, a forte religiosidade dos nossos povos constituem um terreno fértil para as seitas que ceifam com facilidade adeptos entre os nossos fiéis.
A falta de formação dos fiéis. O ministério da cura. Um número sempre em aumento de sacerdotes dedica-se ao ministério da libertação, da cura espiritual dos fiéis, sobretudo de quantos provêm do paganismo e que sentem angústia face à bruxaria e aos fenômenos dos malefícios. A Conferência Episcopal do Togo está convicta de que a nova evangelização comece pelos próprios evangelizadores. E portadora de esperança e chama toda a Igreja a uma conversão pastoral na humanidade e na confiança (2).
CONCLUSÃO
Pragas e doenças ameaçam a produtividade das lavouras em todo o mundo. No combate a esses organismos danosos, produtores rurais recorrem ao uso de defensivos agrícolas, que, por sua vez, afetam o meio ambiente. Seria possível praticar agricultura sem agroquímicos? Impossível.
A praga das seitas é uma doença que adoece para matar o corpo, a mente e a alma. As seitas corrompem e ameaçam o Estado de Direito. O combate contra as seitas se dá pela via da ortodoxia, da informação e da formação dos fiéis. O Estado tem que fiscalizar todo o comércio das seitas.
Seria possível acabar com as seitas? Isso é impossível. Seitas, heresias e cismas vão existir sempre, como escândalos para o cristianismo e incompatibilidade das religiões. No sistema religioso o que mais existe é a divisão.
As seitas têm uma força tremenda de alienação, manipulação e condicionamento. Isso funciona pela perda de liberdade dos sectários. O mecanismo usado é o medo, a ignorância, os problemas da vida e a solução mágica para tudo.
As seitas usam o terrorismo de fim de mundo, só eles têm a “verdade absoluta”, só se salvam quem estiver em seu grupo e as coisas do mundo são do diabo.
Os líderes sectários tiram proveito de tudo isso em prol de três práticas que faz jus ao líder ditador e enganador: “a loucura pelo poder”, “a luxúria” e “a ganância por dinheiro”.
Segundo São Paulo Apóstolo, os tais são chamados de: “lobos cruéis” (At 20, 28); de “falsos apóstolos” (2 Cor 12, 13) e de “cães” (Fl 3, 2).
Requer dos verdadeiros cristãos um levante contra o império das seitas. Realizar debates, conferências, retiros, cursos e literaturas para impedir o seu crescimento e libertar os sectários.
Vamos obedecer à exortação escrita na Carta de São Judas Apóstolo, irmão de São Tiago Apóstolo: “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé e orando no Espírito Santo. Procurai convencer os hesitantes; a outros procurai salvar, arrancando-os ao fogo” (versículos: 20-23).
Oremos e trabalhemos pela defesa da verdade e pela salvação das almas. Um dos principais atos de justiça é a libertação dos escravos das seitas! Isso é um assunto altamente importante que muitos se acovardam!
Pe. Inácio José do Vale
Pesquisador de Seitas
Professor de História da Igreja
Instituto de Teologia Bento XVI
Sociólogo em Ciência da Religião
E-mail: [email protected]
www.rainhamaria.com.br
Notas:
(1) Eliane Cantanhêde. Folha de S. Paulo, 03/02/2013, p. A2.
(2) L’osservatore Romano, 03/11/2012, p. 20.
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