16.05.2012 - O nível da água do rio Negro atingiu, na manhã desta quarta-feira, a cota de 29,78 m (relativos ao nível do mar). É a maior marca registrada na história do Estado, superando em 1 cm a de 2009. O dado foi anunciado pelo serviço de hidrologia do Porto de Manaus, órgão responsável pela medição da cota do rio Negro, que banha a capital do Estado.
Pelos dados da prefeitura de Manaus, a cidade tem hoje 5.803 famílias atingidas pela enchente. São moradores de áreas próximas dos igarapés que cortam a cidade e que tiveram suas casas invadidas pela água. A estimativa da Secretaria de Assistência Social da prefeitura é que este número seja bem maior. É que o levantamento e cadastro das famílias atingidas ainda não foi concluído, faltando pelo menos dois bairros a serem percorridos pelos servidores municipais.
Para minimizar os impactos da cheia, a prefeitura lançou o SOS Enchente, que reúne sete secretarias em ações específicas. Na Saúde, a população está recebendo orientação e kits com medicação e hipoclorito de sódio para cuidados contra doenças ligadas à água. Na limpeza pública, cerca de 300 garis estão realizando mutirões de retirada do lixo dos igarapés que estão cheios e invadindo as casas. Nos últimos oito dias, já foram retiradas mais de 200 t de lixo desses locais. A Defesa Civil municipal está construindo pontes de madeira nas ruas onde a água já invadiu. Desde o mês de março, já foram construídos pouco mais de 3,8 mil metros de passarelas de madeira. Para completar o atendimento à população prejudicada, a prefeitura começou a distribuir um benefício de R$ 600 para as famílias cadastradas e comprovadamente prejudicadas pela cheia. O dinheiro é da própria prefeitura, mas o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, anunciou a liberação de R$ 10 milhões para Manaus. Porém, a estimativa de gastos com a enchente feita pela Defesa Civil municipal é de pelo menos R$ 13 milhões.
Enchente já afeta 77,3 mil famílias no Estado
Dos 62 municípios do Amazonas, 52 já tiveram decretada situação de emergência pelas suas respectivas prefeituras. Pelos dados da Defesa Civil estadual, 77.348 famílias foram afetadas de alguma forma pela subida do nível da água dos rios. Os dois municípios mais atingidas são Careiro da Várzea e Anamã, que estão com quase 100% dos seus territórios alagados. Fora o impacto na população, o prejuízo na produção agrícola deve superar os R$ 11 milhões segundo cálculos da Secretaria de Produção Rural.
Entre as principais ações de ajuda à população atingida, estão a distribuição de cestas básicas, kits de higiene, medicamentos, filtros biológicos, hipoclorito de sódio e a concessão de uma ajuda em dinheiro no valor de R$ 400, que podem ser resgatados por meio do cartão Amazonas Solidário. As prefeituras estão recebendo verba do governo federal. Ao todo foi destinado aos municípios amazonenses um aporte de R$ 10,5 milhões.
Em Manaus, o governo do Estado também está realizando ações contra os prejuízos da enchente. A Operação Enchente 2012 está realizando a limpeza dos igarapés, construção de passarelas de madeira nas ruas alagadas e a distribuição de madeira para que os moradores reforcem as casas invadidas pela água e até construam assoalhos extras, acima do nível da água, o que se chama na região de "maromba".
Nas ruas do centro de Manaus que foram invadidas pela água do rio Negro, entrando por dentro da rede águas pluviais, a defesa civil instalou bombas hidráulicas e jogou cal para a diminuição do mal cheiro e pra prevenção de doenças causadas pela água poluída represada.
A coordenação geral da Defesa Civil do Estado confirmou que a situação de dois municípios está sendo analisada para possível decreto de estado de calamidade pública.
Fonte: Terra noticias
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