Sinal dos Tempos: Pagar por comida ou casa está mais difícil nos EUA


12.10.2011 - Garantir dinheiro para comprar comida ou casa para morar ficou mais difícil para os americanos do que para os chineses desde a crise de 2008, aponta pesquisa Gallup divulgada hoje. Enquanto 6% dos chineses disseram que nos últimos 12 meses houve vezes em que não tiveram dinheiro suficiente para comprar comida, 19% dos americanos entrevistados afirmaram terem passado por essa situação no último ano. Em 2008, o porcentual de chineses nessa situação era de 16%, enquanto 9% dos americanos deram essa resposta.

A pesquisa mostra também que os chineses estão tendo menos dificuldades para pagar por um lugar para morar, com 6% afirmando que nos últimos 12 meses houve ocasiões em que faltou dinheiro para pagar por uma moradia ou abrigo adequado, bem abaixo dos 21% que diziam ter estado nessa situação em 2008.

Por outro lado, ainda que menos americanos que chineses tenham passado por dificuldade em pagar por moradia em algum momento nos últimos 12 meses, o total de americanos nessa situação mais do que dobrou de 2008 para cá, passando de 5% para 11%. O levantamento foi feito por telefone e pessoalmente com cerca de 4.100 adultos na China e cerca de 1 mil adultos nos Estados Unidos, entre 2007 e 2011.

Fonte: G1

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15.09.2011 - Taxa de americanos abaixo da linha da pobreza bate recorde e chega a 46 milhões.

O número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza nos EUA alcançou a cifra recorde de 46,2 milhões em 2010, num momento em que a economia dos Estados Unidos tentava sair da recessão, informou o governo federal nesta terça-feira. A divulgação do número deve aumentar ainda mais a pressão sobre o presidente americano, Barack Obama.

O montante é equivalente à população da Espanha, que tem aproximadamente 46 milhões de habitantes.

Embora os dados sejam impactantes --sobretudo para a maior potência do planeta e especialmente num momento pré-eleitoral e de recuperação ainda muito lenta da crise-- se comparada à realidade brasileira a taxa que define quem é pobre nos EUA é muito generosa.

Segundo o governo americano, em 2010 uma família foi considerada pobre quando os rendimentos da residência totalizavam menos do que US$ 22.113 anuais (R$ 37.952 anuais). Dividindo o valor por 13 (considerando os doze salários mensais mais um décimo terceiro, nos padrões empregatícios do Brasil), os rendimentos mensais da família americana (com quatro pessoas) pobre ficam em US$ 1.701 (R$ 2.920), o equivalente a cerca de R$ 770 mensais per capita.

Para se ter uma ideia, a linha de pobreza utilizada pelo governo brasileiro é de cerca de R$ 140 mensais per capita. Dados do IBGE divulgados em maio revelam que, em 2010, uma em cada sete famílias brasileiras vivia com renda abaixo de R$ 130, equivalente a 25% do salário mínimo da época (R$ 510).

O Bolsa Família entende como pobres no Brasil quem tem renda per capita menor que R$ 140. Em 2010, o programa oferecia uma bolsa-auxílio a 11 milhões de famílias.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, há cerca de 80 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza no Brasil (43% da população). Já a linha de pobreza extrema (miséria) no Brasil é de menos de R$ 70 mensais per capita. Em maio deste ano, o IBGE revelou que 16,2 milhões de brasileiros (8,4% da população) vivem com menos do que esse valor por mês.

O padrão utilizado pelo Brasil se assemelha ao empregado pelo Banco Mundial, de US$ 1,25 por dia, o que totaliza US$ 45 mensais (R$ 77 mensais) per capita.

AUMENTO PREOCUPA

O Escritório do Censo dos EUA afirmou que a taxa nacional de pobreza subiu pelo terceiro ano consecutivo. O aumento foi de 0,8 %, passando a 15,1% da população. Em 2009, eram 43,6 milhões vivendo na pobreza.

O relatório diz que o número de pobres no país é o maior desde que o órgão federal começou a publicar estimativas sobre a pobreza, há 52 anos. A taxa de empobrecimento é a maior desde 1993.

Segundo o "New York Times", os números divulgados, que avaliam o estado da economia americana um ano depois da saída da recessão, foram mais desanimadores do que a maioria dos economistas previa.

"Esta é mais uma má notícia sobre a economia, e será mais uma cruz a ser carregada pelo governo", disse Ron Haskins, codiretor do Centro de Crianças e Famílias do Instituto Brookings.

DESEMPREGO

Os analistas ouvidos pelo jornal americano reforçam o que os eleitores vêm indicando em debates e o que Obama está tentando reverter com seu plano de geração de empregos e recuperação econômica: a classe média americana ainda não sentiu melhora alguma em suas condições de vida pós-crise de 2008.

"Um ano inteiro após a recuperação, não houve sinais de efeito sobre o bem estar da típica família americana. Até o fim de 2010, a economia esteve 'morta e afundada', e foi ali que ela permaneceu", disse Lawrence Katz, professor de economia da universidade de Harvard.

Segundo o "Times", o principal motor por trás do chocante aumento de americanos vivendo abaixo da linha da pobreza é o desemprego. No ano passado, cerca de 86 milhões de pessoas em idade produtiva não trabalharam sequer uma semana. Em 2009, este número havia ficado em 83 milhões.

"Uma vez que você não trabalha por muito tempo, torna-se muito difícil retomar o curso normal [das finanças familiares]", diz Katz.

Fonte: folha.com

Enviado por Wagner Dias   -   www.rainhamaria.com.br

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