12.08.2011 - Pela primeira vez em duas décadas, as escolas públicas de Nova York terão que oferecer, obrigatoriamente, aulas de educação sexual para estudantes dos ensinos fundamental e médio. Os alunos do maior sistema educacional dos EUA – com 1,1 milhão de alunos e 1.700 escolas – vão estudar sobre como usar preservativos, evitar uma gravidez não desejada, e se prevenir contra doenças em dois semestres, a partir dos 11 anos.
O curso já começa nas próximas semanas, quando se inicia o ano letivo nos Estados Unidos.
A medida já tinha sido proposta nos anos 80, mas foi rechaçada por grupos religiosos e conservadores. O prefeito Michael Bloomberg ressuscitou a iniciativa com o argumento de que existe um número elevado de adolescentes grávidas, sobretudo nas comunidades de maioria hispânica ou negra – 83 em cada mil jovens engravidam em Nova York.
Pesquisa do Centro para Controle e Prevenção de Doenças mostra ainda que 41% dos nova iorquinos afirmam estar sexualmente ativos a partir da 9ª série, e 58% na 12ª série.
No primeiro desafio para a prefeitura de Nova York, o porta-voz da Arquidiocese Católica Romana afirmou que o posicionamento da igreja é que os pais, e não as escolas, devem educar as crianças sobre a prática sexual.
“Os pais têm o direito e a responsabilidade de serem os primeiros e principais educadores de seus filhos”, escreveu Joseph Zwilling. “Esta obrigatoriedade da cidade usurpa esse papel, e permite que o sistema público de educação substitua as crenças e os valores dos pais”.
Para apaziguar os ânimos das organizações conservadoras e religiosas – o próprio Papa classificou em janeiro passado as aulas de educação sexual como um atentado à liberdade religiosa -, o Departamento de Educação novaiorquino comunicou os pais sobre a mudança na grade escolar, e os autorizou a dispensar seus filhos nos dias em que se ensine métodos contraceptivos. Os estudantes deverão participar, no entanto, de outras aulas, como anatomia e reprodução.
Em uma carta enviada recentemente aos diretores de escolas públicas da cidade, o chefe de educação local, Dennis Walcott, escreveu:
“Devemos nos esforçar para ter certeza de que os alunos do Ensino Médio estejam expostos a esse tipo de informação, tão valiosa, para que aprendam a manter-se sãos e seguros antes e durante sua iniciação sexual. (…) Creio que o sistema educativo tem um papel muito importante a respeito da educação sexual de crianças e sobre as possíveis consequências de manter relações de risco.”
A iniciativa coloca Nova York no debate nacional sobre se as escolas devem ensinar os estudantes sobre sexo. Nos EUA, um em cada quatro adolescentes aprenderam, entre 2006 e 2008, lições sobre abstinência sem que recebessem ensinamento sobre métodos contraceptivos, segundo dados do Instituto Guttmacher. Até janeiro, 20 dos 50 estados americanos, além do distrito de Columbia, incluíram aulas sobre sexo e Aids em sua grade escolar.
Fonte: O GLOBO e http://www.comshalom.org/blog/carmadelio/
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