13.07.2011 -
WASHINGTON,-O Estado precisa retirar as crianças gravemente obesas da guarda de seus pais e recolocá-las em outros lares, onde devem aprender a se alimentar de forma equilibrada, estimam dois médicos americanos num editorial polêmico, divulgado nesta quarta-feira.
"Uma intervenção estatal poderá servir da melhor forma aos interesses de numerosos meninos e meninas obesos, que têm a vida em risco, optando, assim, por uma forma única e realista de controlar hábitos perigosos", escreveram Lindsey Murtagh, da Escola de Saúde Pública de Harvard, e David Ludwig do Hospital Infantil de Boston.
"Nos casos de obesidade infantil mórbida, o afastamento das famílias pode se justificar do ponto de vista jurídico, devido ao risco iminente para a saúde dessas crianças e ao fracasso recorrente dos pais de levar em conta seus problemas médicos".
Dois milhões de crianças nos Estados Unidos são consideradas portadoras de um significativo excesso ponderal, isto é, possuem um índice de massa corporal superior a 99 por cento, disseram os médicos.
"Um tal grau de obesidade pode ter consequências imediatas e potencialmente irreversíveis, como a diabetes do tipo 2", asseguram, em artigo no Journal of the American Medical Association (JAMA).
As leis atuais protegem há longo tempo as crianças subalimentadas ou negligenciadas pela família, mas "só a força do Estado garantirá a solução para problemas de superalimentação ou obesidade (...).
Para os doutores Murtagh e Ludwig, esta opção não é a desejável, mas reconhecem que a recolocação temporária pode permitir a essas crianças adquirir hábitos alimentares mais saudáveis, ficando livres de eventuais intervenções cirúrgicas.
As declarações dos dois profissionais causaram uma grande agitação na comunidade médica e na mídia americanas. O JAMA divulgou um comunicado assegurando que a opinião não reflete o do jornal como instituição. "O conteúdo da publicação é de responsabilidade de seus autores".
Fonte: Terra noticias
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