04.04.2011 - A camada de ozônio no polo Norte sofre um nível sem precedentes de destruição por causa de excepcionais condições meteorológicas, informa nesta segunda-feira o CNRS (Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês).
No final de março, a redução da camada que protege a Terra dos raios ultravioleta foi de 40%. O comunicado do CNRS diz ainda que registrou, em uma "zona extensa", um fenômeno nunca antes observado.
O motivo da degradação se encontra em "um inverno estratosférico muito frio e persistente" que resultou em uma "grande e prolongada" destruição de ozônio até a primavera".
INVERNO EXTREMO
A destruição da camada de ozônio está ligada à presença na atmosfera de diversos gases, emitidos pelos aerossóis.
A 80 graus abaixo de zero, esses gases se tornam nocivos para o ozônio, um fenômeno "recorrente" na Antártida, onde as temperaturas são "extremamente baixas" no inverno, mas menos comum no polo Norte, onde a temperatura é mais elevada e as condições meteorológicas mais variáveis.
"Nem sempre se reúnem as circunstâncias para que se produza uma grande diminuição do ozônio" nessa região, indica o CNRS, que assinala que "as condições meteorológicas extremas são responsáveis pelo recorde alcançado" neste ano.
Os cientistas franceses tratam agora de determinar o impacto que este fenômeno terá quando as massas de ar se deslocarem, decorrente do aumento da temperatura durante a primavera.
Os produtos de aerossóis, que emitem gases ricos em cloros e bromo, permanecem durante anos na atmosfera, por isso que os cientistas franceses não descartam que uma destruição da camada de ozônio similar à deste ano se repita se ocorrer novamente invernos excepcionalmente frios.
Segundo o último relatório de avaliação da camada de ozônio, este gás não recuperará seu nível de 1980 até o período 2045-2060 no polo Sul e uma ou duas décadas antes no Norte.
Fonte: UOL noticias
------------------------------------------------------------------------------------
Leia também...
Camada mais grossa de gelo do Ártico desapareceu, afirma especialista
Mudanças climáticas: Rachadura no gelo assusta pesquisadores no Ártico
Detectado aumento do nível dos mares por degelo em regiões polares
Agência dos EUA aponta degelo de plataformas da Península Antártica
Degelo na Antártida inundaria Washington e Nova York, diz estudo
Miniguerra nuclear já causaria rombo na camada de ozônio, diz pesquisa